Rebeca era muito simpática. Seu pai morreu há oito anos e sua mãe não ligava para ela. Ela era uma garota muito especial pois tinha o dom de conversar com os mortos. Assim, ela nunca ficava sozinha, seu pai estava sempre ao seu lado apoiando-a e lhe dando muitos conselhos.
Um dia, quando Rebeca caminhava pelo parque viu uma garota muito pobre e com uma aparência esquisita sentada num banco da praça, muito quieta e aparentando grande tristeza, e, num impulso foi falar com ela.
As duas, Rebeca e Justine, conversaram, trocaram ideias e acabaram se tornando amigas. O que Rebeca não sabia era que Justine é uma alma condenada a passar essa vida no corpo dessa pobrezinha e que ela era a única pessoa que poderia mudar isso, libertando-a. Para que isso acontecesse as duas teriam que ir juntas ao cemitério, a meia noite, numa noite de lua nova, no túmulo onde o seu corpo estava enterrado, ficarem de mãos dadas sobre o túmulo e derramar água limpa sobre ele.
Justine convidou Rebeca para ir ao cemitério dizendo que precisava pagar uma promessa. Rebeca concordou e foi com ela.
Quando já estavam perto do túmulo Rebeca escutou a voz de seu pai lhe dizendo para correr para casa, pois estava em grande perigo. Ela ignorou o que seu pai dizia acreditando que a sua nova amiga não lhe faria mal.
O plano de Justine deu certo - ela trocou de lugar com Rebeca.
Rebeca, no corpo de Justine, foi para a praça, sentou-se no banco e de repente apareceu um foco de luz, seu pai surgiu de dentro dele e a abraçou, o feitiço se desfez e ela retornou para seu corpo.
Justine recebeu ajuda de outros mortos para se recuperar e descansar em paz.
A história ficou conhecida na cidade como a Garota do banco da praça e foi passada de geração em geração.